Para a cidade de Pirenópolis, em Goiás, o calendário não erra nunca. Depois da Páscoa é dada largada para a Festa do Divino Espírito Santo. Comemorada há 2 séculos, a tradição recria imagens da Idade Média. Tem até sorteio para decidir quem será o Imperador (que nesse caso, é uma espécie de síndico). A partir daí, acontece um pouco de tudo: missas, novenas, folias, catiras, congadas, ranchões de forró. Tradições cristãs e pagãs se misturam com a cultura sertaneja. Quando o som dos cascos ecoa nas ruas, é hora da cavalhada. Cidadãos comuns encenam uma disputa histórica que sempre terá o mesmo desfecho: cristãos vencedores e muçulmanos vencidos. No meio de tanta pompa e catequese, os Mascarados escondem seus rostos, mudam as voz e nunca revelam sua real origem. Reza a lenda que o personagem debochado, foi um jeito do povão se infiltrar na festa mesmo sem receber convite.